Corte na pensão até 1000 €/ano
Cerca de quinze mil pensionistas sofreram cortes nas suas reformas. São pessoas que acumulam duas ou mais pensões, mas a dimensão dos cortes atinge reformados com rendimentos mensais abaixo dos 600 euros. Há quem receba menos 1380 euros ao ano.
O primeiro-ministro, Passos Coelho, explicou ontem, no Parlamento, que se trata da aplicação de um decreto de 2007, do Governo PS.
A denúncia partiu do BE, que recebeu uma carta de um pensionista , com uma carreira contributiva de 26 anos no sector privado e que trabalhou no público até aos 70 anos. Até agora, recebia 533,47 €, somando as duas reformas. Agora, com o corte pela Segurança Social, a reforma de 303, 23 €, passa a 188,05 €/mês, ou seja, menos 115,18 €, o que dá menos 1380 euros ao ano.
Mas as queixas no Centro Nacional de Pensões sucedem--se, com reformados a reclamar que nem houve "aviso prévio". Muitos dos casos são situações de reformados que não informaram a Segurança Social do acumular de pensões, sobretudo porque o complemento social à reforma superava os 254 €, o mínimo garantido pelo Estado.
No primeiro debate quinzenal do ano, Francisco Louçã acusou Passos de "violência" e o Chefe do Executivo optou por ler o decreto do Governo socialista onde se frisa que há um valor mínimo de complemento social na acumulação de pensões, acautelado pelo Estado.
Na discussão, o líder do PS, António José Seguro, pediu ao Governo que recupere a discussão sobre o aumento da carga laboral para a concertação social. Seguro apontou a "paixão" de Passos pela austeridade. Na réplica, o Chefe do Governo ripostou: "Não tenho tendência para me apaixonar pelos filhos enjeitados pelos outros".
fonte:http://www.cmjornal.xl.pt/